O ser humano novo por meio da educação

Autor: Cosme da Rocha –  Seminarista e acadêmico do 5⁰ período de Teologia do Instituto de Filosofia e Teologia do Espírito Santo (IFTES)

No dia 28 de abril, comemora-se o Dia Mundial da Educação (Cf. MEC, 2018). Celebrar esta data é pensar em quantas atitudes significativas são capazes de transformar sonhos em realidade. Quando se educa, uma sociedade tende ser firmada pela lógica do diálogo, justiça e paz (Cf. Texto-base CF 2022, n.8). Cabe a todos refletirem seus gestos em favor de uma educação inclusiva e fraterna, promovendo no ser humano a capacidade plena de sua realização. Para além da escola ou a igreja, a família tem um papel essencial na educação de seus filhos. Educar é iniciar processos (Cf. CF 2022, n.245), sabendo que toda descoberta precisa ser efetivada em gestos capazes de fazer a diferença naquele contexto social. A educação possibilita na vida das pessoas inúmeras oportunidades, diálogos honestos e diversificados, vidas mais felizes e justas, enfim, o ser humano se abre às infinitas possibilidades de autorrealização. 

Um conhecimento fechado em si mesmo, é semelhante às sementes que não conseguem germinar por uma infinidade de situações (Cf. Mt 13, 3b-9). No terreno confiado a nós por Deus, precisamos fazer a diferença, não seguindo os ideais mundanos. É preciso “falar com sabedoria e ensinar com amor” (Cf. Pr 31,26). A Campanha da Fraternidade de 2022 refletiu acerca da Educação. Esta é algo presente na vida do ser humano e faz parte de sua formação integral. Privar tal elemento é deixar de escutar os anseios do indivíduo. Ouvir a realidade, discernir à luz da fé (Cf. CF 2022, n.140) e agir para refazer atitudes até então contrárias ao Reino de Deus, são elementos fundamentais no seguimento ao Verbo eterno do Pai. Jesus, a palavra viva, colocou todos os seus seguidores no mesmo nível existencial, para indicar que ainda não existem pessoas prontas e totalmente formadas: existe muito caminho pela frente. Todos somos aprendizes na “escola de Jesus”.

Frente ao pecado do ser humano, mediante às fragilidades comuns a todos, é direito fundamental oportunizar condições para a formação humana. Na ação de Jesus para com aquela mulher pega em adultério, não nos faltam lições para que nossas atitudes se transformem em novas formas e jeitos para se viver. Pio XI (1929) diz que “a educação é obra necessariamente social e não singular” e, portanto, deve atingir a todos. Jesus passou refazendo as pessoas. Ensinou-as a viver, remediadas sempre por sua infinita misericórdia. Diante de nossa miséria, o amor foi superior ao nosso mal e nos ensinou que devemos assumir nossas cruzes e segui-lo (Cf. Mc 8,34), para que assim, possamos um dia, contemplar plenamente sua misericórdia. Todo processo educativo precisa gerar pessoas novas, que atentas aos desejos evangélicos, tornem-se missionários da caridade cristã. Um mundo novo se faz com sujeitos que se deixam tocar pela vontade divina (Cf. Sl 143,10) em seus mais diferentes atos e gestos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BÍBLIA DE JERUSALÉM. Nova edição, revista e ampliada. 1 ed. São Paulo: Paulus, 2002.

CNBB. Campanha da Fraternidade 2022. 1 ed. Brasília, CNBB: 2021.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Dia Mundial da Educação. 2018. Disponível em:  http://portal.mec.gov.br/component/tags/tag/47561-dia-mundial-da-educacao. Acesso em 26 Abr. 2022.

Veja mais