O MUNDO EM LUTO E DE REPENTE…!
Com a sensibilidade de pastor e de alguém que ama a arte, fazendo dos poemas e canções sonoros acordes, deixo-lhes esta mensagem pautada na realidade e na esperança de dias melhores, frente ao bailar dos sentimentos que ressoam na alma e no coração de todos em tempo de pandemia:
“De repente, a roupa de marca, o perfume importado e as joias não servem mais para nada, porque não têm onde exibi-las”.
“De repente, todo o dinheiro guardado não tem onde ser usado, porque não se pode viajar ou fazer compras nos shoppings ou no mercado”.
“De repente, um carro só é o suficiente, porque não se pode ir para lugar algum.
De repente, a casa de praia terá que ficar vazia, porque não se pode chamar os amigos, para um fim de semana juntos”.
De repente, aquele churrasco com a família teve que ser cancelado ou adiado e a carne congelada, porque não se pode fazer reunião familiar.
De repente, aquela linda casa que vivia cheia de parentes e amigos, ficará sem ninguém, porque não se pode receber visitas.
“De repente, os idosos terão que ficar sozinhos, sem o carinho dos filhos e netos, porque um simples abraço, pode custar a sua vida”.
“De repente, aquela sonhada festa teve que ser cancelada, porque as pessoas têm medo de estar juntas”.
De repente, a vontade de estar perto das pessoas queridas, se tornou um pesadelo ou um desejo proibido, porque amar agora, é ficar distante.
De repente, entrar na igreja, se tornou algo impossível, porque as portas estão fechadas, para salvar vidas neste momento.
De repente o mundo inteiro para, porque uma pandemia ameaça a população e tira os sonhos de tantos.
De repente, a humanidade silencia, porque a vida nunca foi tão visitada e cuidada, como está sendo agora.
De repente, os espaços esportivos fecham-se, sensação de derrotas ou final de campeonato, cenário nunca visto antes, porém atletas treinando sozinhos, para salvar toda a equipe.
De repente, a ausência da escola tornou-se o grau acadêmico mais acentuado da inteligência, definindo a vida como a grade curricular número um (O “alfa” e o “ômega”).
De repente, os profissionais da área da saúde, segurança, caminhoneiros, garis, entregadores delivery e outros, tornam-se os “anjos bons” do momento, ganhando visibilidade e notoriedade, outrora imperceptíveis.
De repente, as autoridades civis, religiosas e os notáveis da ciência, tornam-se “reféns” de perguntas e posicionamentos rápidos, porém a teia que entrelaça o mistério atual, rouba-lhes o dicionário e com ele as respostas.
De repente, o calvário que se arrasta há tanto tempo na vida das pessoas, nunca teve uma cruz com tantos sinais de vida e de esperança.
De repente, por uma força misteriosa, os cristãos começam a valorizar mais a Igreja da casa (a Igreja doméstica).
De repente, as pessoas começam a acordar e perceber que é possível rezar mais, perdoar mais, cuidar mais.
De repente, muitos começam a pensar, que após esta pausa silenciosa a Igreja voltará ainda mais fortalecida e fervorosa na fé.
De repente, muitos começam a acreditar, que apesar de todas as infidelidades e fragilidades humanas, Jesus no altar da cruz não nos deixou órfãos e deu a sua própria mãe, como nossa mãe.
De repente, os cristãos começam a reconhecer a intercessão de Maria como Mãe agraciada, Senhora das dores e das alegrias, protetora de todos e consoladora dos aflitos.
De repente, a humanidade começa a reconhecer, que esta pandemia não foi criada por Deus, que Ele nunca abandonou e nem abandona os seus filhos e filhas e que Ele simplesmente respeita a liberdade humana.
De repente, muitos filhos e filhas de Deus ao verem a quantidade de corpos de tantos irmãos e irmãs, espalhados mundo a fora e sepultados sem a presença dos seus, chegam à conclusão, de que a melhor alternativa é ficar em casa e cuidar da vida, neste momento.
De repente, muitos chegam à conclusão, de que o pânico e o desespero não são as melhores receitas.
De repente, muitos começam a pensar, que a serenidade, a prudência e os pés bem plantados no Evangelho e na profunda experiência com Deus, neste momento, poderão indicar caminhos mais precisos e seguros.
De repente, os cristãos começam a dar-se contas, que a pandemia do coronavírus fez com que muitos vivessem esta quaresma diferente de todas as outras.
De repente, muitos, ao visitar a sua arte emotiva que sufoca a razão, no desespero, no sofrimento ou no silêncio do deserto interior, começam a dar-se contas que a conversão nem sempre vem por amor, mas muitas vezes pela dor.
De repente, a humanidade começa a pensar, que a páscoa é de fato a passagem da morte para vida e reza, para que a ressurreição chegue logo.
De repente, a humanidade reconhece, que tudo o que se precisa neste momento, é acreditar mais no poder e na misericórdia de Deus e que a vida voltará a reinar e a morte será vencida.
De repente, a humanidade se dá conta e começa a acreditar, que a crise provocada pela pandemia do coronavírus, é apenas uma pausa silenciosa frente à “grande tela” da obra prima mais preciosa e mais bela, criada por Deus, que chamamos VIDA.
De repente, a luz da força interior adormecida até o momento, começa a acender e levar as pessoas a acreditarem, que quando tomarmos consciência desta força, como colaboradores do VERDADEIRO AUTOR e voltarmos à “grande tela” com as novas “cores e pincéis” a humanidade entoará alegremente a canção mais colorida, mais desejada, encantadora e de maior valor: A VIDA.
Amados filhos e filhas, sejamos obedientes ao apelo de Deus: “ponho diante de ti a vida e a morte, a bênção e a maldição. Escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência” (Deu 30,19).
Uma feliz e abençoada Páscoa a todos!