Amados presbíteros, paz e bem!
Tenho recebido nos últimos dias algumas solicitações, questionamentos e perguntas por parte de alguns presbíteros, a respeito da saída do Santíssimo Sacramento pelas ruas das Paróquias e mais concretamente na próxima Quinta-feira Santa.
Como Pastor e Bispo desta Igreja Particular de São Mateus ES, procuro o máximo possível ser fiel ao Magistério da Igreja, onde “a regulamentação das questões litúrgicas corresponde ao Bispo”, conforme nos diz a “Sacrosanctum Concilium” em seu número 22. O bispo é “o administrador da graça do supremo sacerdócio, principalmente na Eucaristia” (cf. Lumen Gentium, n. 26). O Cânon 944 também nos diz: “§ 1. Onde for possível, a juízo do Bispo diocesano, em testemunho público de veneração para com a santíssima Eucaristia, principalmente na solenidade do Corpo e Sangue de Cristo, haja procissão pelas vias públicas. § 2. Compete ao Bispo diocesano estabelecer normas sobre as procissões, assegurando a participação e dignidade delas”.
Procurando cumprir minha missão, de “viver plenamente a caridade pastoral num vínculo de comunhão com todos os presbíteros” (cf. Presbyterorum ordinis”, n, 14), como nos pede a Mãe Igreja, acho por bem partilhar com vocês, após ouvir os membros do Colégio dos Consultores, minhas orientações a respeito do acima mencionado:
a) Parece-me totalmente adequado, acertado e oportuno, tendo sempre em vista o bem do povo de Deus nas comunidades eclesiais, “por quem devo ter a solicitude de pai em Cristo” (cf. Lumen Gentium “, n. 28), que nas paróquias, onde o padre julgue conveniente, possa se realizar esse sacramental de fé, levando o Santíssimo Sacramento ao encontro dos fiéis, nas ruas e praças de suas respectivas paróquias sem aglomeração de pessoas.
b) Lembro a todos da necessidade de seguir fielmente as normas sanitárias emitidas pelos órgãos de saúde, demais instâncias e autoridades competentes, as quais somos convocados, neste momento, a dedicar maior atenção às medidas de prevenção do novo Coronavírus (COVID-19).
c) Acredito que a sugestão mais conveniente neste momento seja a seguinte: logo após a missa sem povo na Quinta-feira Santa (que poderá acontecer mais cedo: 17:00 ou 18:00, ou como o pároco/administrador preferir), o padre dará inicio a procissão com o Ostensório num carro aberto e com a presença de apenas mais uma pessoa ao seu lado (podendo ser um ministro ou um cerimoniário) e um carro de som com cantos relacionados à Eucaristia (cantos que o nosso povo entoa nas adorações ao Santíssimo Sacramento).
d) De qualquer forma, cada paróquia se oriente como bem julgar, mas sem perdermos o espírito da comunhão pastoral. Lembrando que somos anunciadores do Evangelho e servidores do povo, “preocupados sempre pelo bem dos filhos de Deus” (cf. Lumen Gentium, n. 28). O espírito de comunhão é fundamental para o crescimento de nossa Igreja. JUNTOS SOMOS FORTES!
e) Conhecendo bem os nossos fiéis, faça todo o esforço possível, para não dar margem a comentários de privilégios para alguns. É necessário informá-los em redes sociais de cada paróquia, que o Santíssimo Sacramento ao passar numa determinada rua (ou ruas) abençoará todas as famílias da cidade, ou do bairro ou toda a paróquia e não simplesmente àquelas que prepararam os altares ou ornamentaram suas casas.
Que Maria, a Virgem da Penha, nos cubra e nos guarde sob seu manto materno e interceda a Deus, para que seu Filho Jesus, presente na Eucaristia, ao passar em nossas cidades, traga muitas bênçãos, graças e cura dos males corporais, espirituais e o fim desta pandemia do coronavírus.
Unidos em Cristo!
Deus vos abençoe abundantemente.
