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15 de março de 2023

Sínodo dos Bispos na Diocese de São Mateus – Etapa Continental, 2021-2024


Publicado por: Pastoral da Comunicação Diocesana


A Diocese de São Mateus-ES, do Regional Leste 3, com o desejo de participar e contribuir
para o Sínodo dos Bispos apresenta o que segue após rezar e discernir a respeito das três
questões indicadas no DEC, n. 106:

a) Depois de ter lido o DEC em ambiente de Oração, quais intuições ecoam, de modo
mais intenso, com as experiências e as realidades concretas da Igreja do vosso
continente?

  • A imagem da Tenda (n. 27) oferece ao processo-caminho sinodal uma dinâmica de
    constante saída, o que nos foi proposto pelas intuições do Papa Francisco. A Igreja é “uma
    morada ampla, mas não homogênea, capaz de dar abrigo a todos, mas aberta, que deixa
    entrar e sair (cf. Jo 10,9), e em movimento para o abraço com o Pai e com todos os outros
    membros da humanidade” (DEC, n. 27). Sendo assim, refletimos sobre as seguintes
    intuições:

    a) Continuar a pensar no Sínodo como um conceito concreto, que dá certo e precisa ser
    colocado em prática em nossas realidades diocesanas, paroquiais e comunitárias. Ele
    precisa descer às bases de nossa maneira de compreender e viver a/na Igreja.
    b) Não ter medo de fazer um encontro verdadeiro com a Igreja de Cristo presente em outros
    povos e culturas, o que possibilitará um olhar mais amplo desde as práticas celebrativas,
    vivência dos Sacramentos e inserção na vida social dos fiéis.

    c) Realizar de forma mais profunda a compreensão e vivência FÉ e VIDA. É crescente o
    distanciamento das pessoas no que diz respeito à vivência da fé celebrada nos Sacramentos.
    Ex.: a Eucaristia celebrada não é a partilhada com os irmãos famintos de pão material; a
    acolhida pregada à porta da igreja se reduz ao grupo que nela vem para celebrar e não se
    amplia para os irmãos e irmãs de comunidades excluídas como os que estão nas drogas,
    população de rua, pessoas LGBTQIA+, mulher marginalizada, pessoas com deficiência, as
    juventudes dentre outras categorias. A acolhida de Jesus deve ser marca do cristão.
    d) Formar para o respeito, acolhida e aprendizado dos povos originários, bem como garantia
    de seus direitos (Exemplo atual: Terra Indígena Yanomami).
    e) Promover, vivenciar e acostumar à escuta dedicando mais tempo para este jeito de ser
    Igreja. Inclusive, compreender a diferenças e conviver com as mesmas.

    f) “A missão da Igreja é tornar Cristo presente no meio do seu povo através da leitura da
    Palavra, da celebração dos Sacramentos e de todas as ações que tomam cuidado de quem
    está ferido ou sofredor” (DEC, n. 41). É preciso regressar à essência da vida cristã e do
    primeiro amor, às primeiras Comunidades em que tudo era comum, sem cair nos modismos
    atuais.
    g) O crescimento de famílias interconfessionais e inter-religosas precisam de atenção
    especializada.
    h) A religiosidade popular precisa ser promovida e evangelizada, pois muitas pessoas têm
    acesso a fé e aos sacramentos por este caminho tão rico da vida e cultura do povo.

Quais as experiências vos aparecem novas ou iluminadoras?

  • Mulheres ocupando lugares de chefia e reflexão na Igreja;
  • Mais entrosamento e convivência da Vida Consagrada feminina na vida da Igreja e sua
    presença nas instâncias de reflexão e decisão;
  • Grupos compostos por leigos, religiosos e clero que são consultados (escutados) nas
    tomadas de decisões nos Conselhos Diocesanos;
  • Transparência econômica e na gestão da Diocese, Paróquias e Comunidades;
  • Formação permanente e multidisciplinar dos leigos, religiosos, seminaristas e clero.
  • Acolhida e acompanhamento das pessoas LGBTQIA+na inserção e vivência da vida cristã,
    inclusive em serviços nas Comunidades;

b) Depois de ter lido o DEC e fazer uma pausa em oração, quais tensões ou divergências
substanciais surgem como particularmente importantes na perspectiva do vosso
continente?

  • Retomada da ação libertadora na vida e missão da Igreja sugerida e sustentada pela
    celebração dos Sacramentos, especialmente pela Eucaristia (partilha, solidariedade);
  • Tensões que surgem em relação ao Casamento (recasados, por exemplo) e Batismo;
  • Estudo e superação do clericalismo ministerial e laical.

Consequentemente, quais são as questões ou interrogações que deveriam ser enfrentadas
e tomadas em consideração nas próximas fases do processo?

  • Formação dos leigos, religiosos, seminaristas e clero para a Sinodalidade, evitando o
    clericalismo.
  • Transparência, seriedade e verdade na gestão da Igreja.
  • Continuar a aprofundar a presença da mulher nas instâncias de poder

c) Olhando para aquilo que emerge das duas perguntas precedentes, quais são as
prioridades, os temas recorrentes e os apelos à ação que podem ser partilhados com
outras Igrejas locais no mundo e discutidos durante a Primeira Sessão da Assembleia
sinodal em outubro de 2023?

  • Revisitar a essência da vida cristã para viver a unidade e comunhão, participação e missão
    (Sinodalidade) combatendo o clericalismo;
  • Diálogo com os “outros” (LGBTQIA+, culturas, religiões…);
  • Diálogo, aprofundamento e valorização da vida da mulher na Igreja e sociedade.

EQUIPE DO SÍNODO

  • Dom Paulo Bosi Dal’Bó, bispo diocesano.
  • Pe. Edivaldo Luis Klipel (Vigário Geral), Pe. Éder Mataveli Vargas (Coord. De Pastoral), Mª da
    Penha Fanticelli Pinto (Chanceler) e Josefina Ronchi dos Santos (Secretária).
  • Forania Baiana: Pe. Valdinei Soares dos Santos, Mª Gorete Avila dos Santos, Mª Lúcia Machado
    Santana Miranda e Neides Souza Vieira Leal.
  • Forania Capixaba: Pe. Fernando Forza, Ir. Terezinha Alves Cardoso (Congregação das Irmãs de
    Santa Catarina, VM) e Giseli Donadia.
  • Forania Mineira: Pe. Vagner Carini, Ir. Maria Creppas (Irmãzinhas da Imaculada Conceição), Weslândia Rosa Martins.
  • Forania Praiana: Pe. Elder Malovini Miossi, Pe. Edivaldo Luis Klipel, Ir. Loreta Dalla Stella
    (Missionária Comboniana) e Mª Zelma Castelan.