A Diocese de São Mateus-ES, do Regional Leste 3, com o desejo de participar e contribuir
para o Sínodo dos Bispos apresenta o que segue após rezar e discernir a respeito das três
questões indicadas no DEC, n. 106:
a) Depois de ter lido o DEC em ambiente de Oração, quais intuições ecoam, de modo
mais intenso, com as experiências e as realidades concretas da Igreja do vosso
continente?
- A imagem da Tenda (n. 27) oferece ao processo-caminho sinodal uma dinâmica de
constante saída, o que nos foi proposto pelas intuições do Papa Francisco. A Igreja é “uma
morada ampla, mas não homogênea, capaz de dar abrigo a todos, mas aberta, que deixa
entrar e sair (cf. Jo 10,9), e em movimento para o abraço com o Pai e com todos os outros
membros da humanidade” (DEC, n. 27). Sendo assim, refletimos sobre as seguintes
intuições:
a) Continuar a pensar no Sínodo como um conceito concreto, que dá certo e precisa ser
colocado em prática em nossas realidades diocesanas, paroquiais e comunitárias. Ele
precisa descer às bases de nossa maneira de compreender e viver a/na Igreja.
b) Não ter medo de fazer um encontro verdadeiro com a Igreja de Cristo presente em outros
povos e culturas, o que possibilitará um olhar mais amplo desde as práticas celebrativas,
vivência dos Sacramentos e inserção na vida social dos fiéis.
c) Realizar de forma mais profunda a compreensão e vivência FÉ e VIDA. É crescente o
distanciamento das pessoas no que diz respeito à vivência da fé celebrada nos Sacramentos.
Ex.: a Eucaristia celebrada não é a partilhada com os irmãos famintos de pão material; a
acolhida pregada à porta da igreja se reduz ao grupo que nela vem para celebrar e não se
amplia para os irmãos e irmãs de comunidades excluídas como os que estão nas drogas,
população de rua, pessoas LGBTQIA+, mulher marginalizada, pessoas com deficiência, as
juventudes dentre outras categorias. A acolhida de Jesus deve ser marca do cristão.
d) Formar para o respeito, acolhida e aprendizado dos povos originários, bem como garantia
de seus direitos (Exemplo atual: Terra Indígena Yanomami).
e) Promover, vivenciar e acostumar à escuta dedicando mais tempo para este jeito de ser
Igreja. Inclusive, compreender a diferenças e conviver com as mesmas.
f) “A missão da Igreja é tornar Cristo presente no meio do seu povo através da leitura da
Palavra, da celebração dos Sacramentos e de todas as ações que tomam cuidado de quem
está ferido ou sofredor” (DEC, n. 41). É preciso regressar à essência da vida cristã e do
primeiro amor, às primeiras Comunidades em que tudo era comum, sem cair nos modismos
atuais.
g) O crescimento de famílias interconfessionais e inter-religosas precisam de atenção
especializada.
h) A religiosidade popular precisa ser promovida e evangelizada, pois muitas pessoas têm
acesso a fé e aos sacramentos por este caminho tão rico da vida e cultura do povo.
Quais as experiências vos aparecem novas ou iluminadoras?
- Mulheres ocupando lugares de chefia e reflexão na Igreja;
- Mais entrosamento e convivência da Vida Consagrada feminina na vida da Igreja e sua
presença nas instâncias de reflexão e decisão; - Grupos compostos por leigos, religiosos e clero que são consultados (escutados) nas
tomadas de decisões nos Conselhos Diocesanos; - Transparência econômica e na gestão da Diocese, Paróquias e Comunidades;
- Formação permanente e multidisciplinar dos leigos, religiosos, seminaristas e clero.
- Acolhida e acompanhamento das pessoas LGBTQIA+na inserção e vivência da vida cristã,
inclusive em serviços nas Comunidades;
b) Depois de ter lido o DEC e fazer uma pausa em oração, quais tensões ou divergências
substanciais surgem como particularmente importantes na perspectiva do vosso
continente?
- Retomada da ação libertadora na vida e missão da Igreja sugerida e sustentada pela
celebração dos Sacramentos, especialmente pela Eucaristia (partilha, solidariedade); - Tensões que surgem em relação ao Casamento (recasados, por exemplo) e Batismo;
- Estudo e superação do clericalismo ministerial e laical.
Consequentemente, quais são as questões ou interrogações que deveriam ser enfrentadas
e tomadas em consideração nas próximas fases do processo?
- Formação dos leigos, religiosos, seminaristas e clero para a Sinodalidade, evitando o
clericalismo. - Transparência, seriedade e verdade na gestão da Igreja.
- Continuar a aprofundar a presença da mulher nas instâncias de poder
c) Olhando para aquilo que emerge das duas perguntas precedentes, quais são as
prioridades, os temas recorrentes e os apelos à ação que podem ser partilhados com
outras Igrejas locais no mundo e discutidos durante a Primeira Sessão da Assembleia
sinodal em outubro de 2023?
- Revisitar a essência da vida cristã para viver a unidade e comunhão, participação e missão
(Sinodalidade) combatendo o clericalismo; - Diálogo com os “outros” (LGBTQIA+, culturas, religiões…);
- Diálogo, aprofundamento e valorização da vida da mulher na Igreja e sociedade.
EQUIPE DO SÍNODO
- Dom Paulo Bosi Dal’Bó, bispo diocesano.
- Pe. Edivaldo Luis Klipel (Vigário Geral), Pe. Éder Mataveli Vargas (Coord. De Pastoral), Mª da
Penha Fanticelli Pinto (Chanceler) e Josefina Ronchi dos Santos (Secretária). - Forania Baiana: Pe. Valdinei Soares dos Santos, Mª Gorete Avila dos Santos, Mª Lúcia Machado
Santana Miranda e Neides Souza Vieira Leal. - Forania Capixaba: Pe. Fernando Forza, Ir. Terezinha Alves Cardoso (Congregação das Irmãs de
Santa Catarina, VM) e Giseli Donadia. - Forania Mineira: Pe. Vagner Carini, Ir. Maria Creppas (Irmãzinhas da Imaculada Conceição), Weslândia Rosa Martins.
- Forania Praiana: Pe. Elder Malovini Miossi, Pe. Edivaldo Luis Klipel, Ir. Loreta Dalla Stella
(Missionária Comboniana) e Mª Zelma Castelan.