Ano Nacional Vocacional
Vocação: Graça e Missão
“Corações ardentes, pés a caminho”
(cf. Lc 24,32-33)
SEGUNDA PARTE
VOCAÇÃO É GRAÇA
A Graça de Deus que move a Igreja nos chama a uma nova estação vocacional, é um convite a fazermos a experiência de Emaús. Nesse segundo monto do texto, o Ano Vocacional nos permite comtemplar a graça de sermos chamados.
“Jesus chamou e enviou os que ele mesmo quis” (Mc 3, 13-19). O texto bíblico recorda-nos que Jesus é a origem, o centro e a meta de toda a vocação e missão (n. 82). A missão e vocação dos doze revela que o chamado acontece na normalidade da vida, envolve nossas escolhas e nos surpreendem. Somos chamados a deixar planos, projetos, estruturas e percorrer um caminho de confiança no Senhor. O discípulo sabe que não aderiu a uma ideia, mas, sim, a uma pessoa, Jesus Cristo.
O chamado feito pelo Senhor não é simplesmente um convite, mas um mandato; somos eleitos e estabelecidos para anunciar a Boa Nova da Salvação. Jesus nos chama pelo nome e isso significa que nossa experiencia é única, pessoal e livre. Jesus que chamou: “Simão, chamado Pedro, André, Tiago, filho de Zebedeu, João, Filipe, Bartolomeu, Tomé, Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Tadeu, Simão, o zelote, e Judas Iscariotes” (cf. Mt 10, 2-4), também chama a cada um de nós.
A raiz da palavra vocação está em vox, vocis, voz; qual voz nós escutamos? Ouvimos a voz do Senhor? A que essa voz nos chama? A voz de Jesus é cheia de amor, que gera confiança e atrai. Jesus chama não por nossos méritos, talentos, mas apenas por amor gratuito. O chamado livre e amoroso não pode esperar uma resposta diferente, a resposta é nossa e “sem ela o milagre não acontece”.
“Seria possível ouvir a voz de Jesus em meio a tantas vozes? Eis o nosso desafio. É necessário estar aberto ao diálogo, à oração, ao encontro com Deus e com os outros. Também “pela escuta de nós mesmos, podemos encontrar Deus no mais íntimo de nós” (n. 118).
Toda vocação é dom e graça, vem de Deus, por isso, os que são chamados devem “permanecer com ele” e aprender dele o seu jeito de ser e amar. Compreender que “nossa missão é a mesma de Jesus: revelar a face do Pai, não pela eloquência do discurso, mas pela práxis e pela vida” (n. 130).
“Deus está agindo na história e o faz não somente quando nos chama, mas durante todo o caminho vocacional, que segue como graça” (n. 148). Chamou os que Ele quis, continua chamando e conduzindo todos os que respondem ao chamado, que compreendem que ‘tudo é graça, Deus nos conduz’.
Contemplando a vocação de tantos homens e mulheres ao longo da história, queremos despertar as pastorais, movimentos e serviços de nossa Igreja para se abrirem à essa realidade. Como escutamos o convite do Senhor em nossas pastorais? Como respondemos a essa graça de termos sido chamados? É preciso se abrir ao Espírito para que nossa vocação seja reflexo da Graça de Deus em meio ao mundo.

Autor: Seminarista Fabricio Soares Pardim – 3° Ano de Teologia – 2023