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Diocese de São Mateus participa do Seminário de Iniciação à Vida Cristã para Presbíteros, em Brasília/DF

A Diocese de São Mateus, por meio de seu presbítero, padre Fernado Forza, Pároco da Paróquia Arcanjo São Gabriel, em São Gabriel da Palha/ES está participando, entre os dias 4 a 6 de dezembro, do Seminário de Iniciação à Vida Cristã para presbíteros, que está sendo realizado na Casa Dom Luciano Mendes de Almeida, em Brasília/DF.

Organizado pela Comissão Episcopal para a Animação Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o seminário conta com a participação de 95 presbíteros de várias partes do país, para tratarem dos principais temas da Iniciação à Vida Cristã. Durante os três dias, serão abordados questões como leitura orante, querigma, mistagogia e o aspecto litúrgico do processo. Ao final, os participantes terão a oportunidade de contribuir na construção de um subsídio que servirá de orientação para os presbíteros em todo o Brasil no acompanhamento da Iniciação à Vida Cristã.

O secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers, disse que o encontro é fundamental para que também todas as dioceses do Brasil pudessem ser sensibilizadas “neste grande processo em que o ser cristão se torna uma maneira de testemunhar a partir da experiência de Deus o que é o sentir-se evangelizador. “

“Todos nós somos chamados a evangelizar, mas precisamos ser introduzidos nessa forma de evangelização. Seja você um evangelizador e assuma na sua diocese a iniciação à vida cristã, processo de toda a Igreja e para o bem de todo mundo”, ponderou.

Em comunhão com toda a igreja, oremos por todos os participantes, pedindo a luz do Espírito Santo para que, ao retornarem para suas paróquias, sejam os precursores desse grande processo de Iniciação à Vida Cristã.

Retiro de Espiritualidade do ECC reúne centenas de casais na Catedral de São Mateus

No último domingo, dia 03/12/2023, aconteceu mais um Encontrão Diocesano do ECC (Encontro de Casais com Cristo), conhecido como Evangeliza Show com o tema Matrimônio dom de Deus, caminho para a Santidade, na Catedral de São Mateus, reunindo cerca de 1200 pessoas.

Os casais que já vivenciam o ECC se reuniram no retiro de espiritualidade para promover a troca das Equipes Dirigentes do ECC de Primeira, Segunda e Terceira Etapas da Diocese e apresentar as equipes dirigentes atuais e os casais que irão assumir a missão nos próximos 2 anos.

A programação do evento foi bem reflexiva e animada, com palestras, show e a Santa Missa, presidida pelo bispo Dom Paulo que celebrou e cantou junto com os casais. Pe. Edson Delfino ministrou a palestra sobre ECC Serviço Escola, despertando vocações, onde cantou e encantou os casais com suas palavras. Em seguida o Pe. Patric realizou a palestra Matrimônio dom de Deus, caminho para Santidade, onde conduziu os casais a uma linda viagem, desde o namoro até dias atuais, com lindas palavras e canções que tocaram os corações.

Celebrando este grandioso momento, foi criado um espaço reflexivo com o tema Gratidão é a memória do coração, relembrando através de testemunhos de casais o impacto positivo que o saudoso Pe. Eclério deixou nas vidas dos casais do ECC. Em seguida foi feito as homenagens aos casais que antecederam a nós na Função de Casal Diocesano do ECC, momento emocionante, pois todos os presentes puderam ver os primeiros casais que assumiram esse desafio de evangelizar as famílias através do carisma do ECC.

Finalizando o evento, foi apresentado o novo diretor espiritual que terá a missão de conduzir e manter vida a chama dos casais em participarem do ECC. Pe. Celso, atual Diretor Espiritual do ECC apresentou o Pe. Carlos Henrique de Vargas, que assumirá a missão de conduzir junto aos novos casais do Conselho Diocesano, o ECC, até dezembro de 2026.

Bispo Dom Paulo publica carta ao Clero e a todos os fiéis da Diocese de São Mateus

No dia 3 de dezembro de 2023, 1° Domingo do Advento, entra em vigor o uso da terceira edição típica do Missal Romano. Promulgado após o Concílio Vaticano II pelo Papa São Paulo VI, este livro contém todo o conteúdo litúrgico da Santa Missa e está em sua terceira edição. Após vários anos de dedicação da Comissão Episcopal para a Liturgia da CNBB, a Santa Sé aprovou a tradução brasileira da terceira edição típica do Missal.
A nossa diocese de São Mateus, reafirmando sua comunhão com a Igreja do Brasil, orienta o clero e a todos os fiéis a se organizarem para que seja dada a devida formação para o melhor uso e aproveitamento da nova edição típica do Missal Romano em nossas paróquias e comunidades que entra definitivamente em vigor no próximo domingo.
Nas mãos da Virgem Maria, entregamos este bom propósito de, pela Sagrada Liturgia, animada pelo Espírito Santo, vivermos nossa sinodalidade nesta Igreja de São Mateus, na comunhão, participação e missão.
São Mateus, rogai por nós!

São Mateus, 30 de novembro de 2023
Dom Paulo Bosi Dal’Bó, Bispo Diocesano

Miniassembleia Diocesana reassume suas prioridades e define novo quadro de paróquias nas Foranias.

O Ano Litúrgico (Ano A), no qual refletimos sobre o Evangelho de São Mateus está chegando ao seu final. Como de costume, o bispo diocesano, Dom Paulo Bosi Dal’Bó, juntamente com os padres, diácono, religiosas, seminaristas, secretários e secretárias paroquiais, leigos e leigas representantes das Pastorais, Movimentos e Serviços diocesanos, se reúnem para a realização da Miniassembleia Diocesana.
O encontro tem como objetivo promover formação, avaliação das atividades desenvolvidas durante todo o ano, bem como organizar o planejamento das atividades do próximo ano. Além disso, neste mesmo encontro, define-se as prioridades diocesanas e delibera sobre outros encaminhamentos.
No final do encontro, após breve reflexão sobre as foranias, Dom Paulo anunciou a redistribuição das paróquias em suas foranias, de modo que a forania baiana, que antes era composta por quatro paróquias, passa a ter duas novas paróquias, Nossa Senhora de Fátima – Pedro Canário e São João Batista – Braço do Rio, totalizando seis em sua área de abrangência. Assim, a forania praiana, que antes era formada por dez paróquias, com o desmembramento, passa a ter somente oito.
Com o espírito de união e engajamento, vamos construindo uma igreja sinodal que busca promover a comunhão, participação e missão de todos. As duas paróquias chegam à forania baiana para somarem forças e juntas, colaborarem mutuamente para continuarmos a crescer na fé e na construção do Reino de Deus em nossa diocese, completa Dom Paulo Bosi Dal’Bó.

19 de novembro VII Dia Mundial dos Pobres

MENSAGEM DO SANTO PADRE FRANCISCO
PARA O VII DIA MUNDIAL DOS POBRES

XXXIII Domingo do Tempo Comum
19 de novembro de 2023

«Nunca afastes de algum pobre o teu olhar» (Tb 4, 7)

1. O Dia Mundial dos Pobres, sinal fecundo da misericórdia do Pai, vem pela sétima vez alentar o caminho das nossas comunidades. Trata-se duma ocorrência que se está a radicar progressivamente na pastoral da Igreja, fazendo-a descobrir cada vez mais o conteúdo central do Evangelho. Empenhamo-nos todos os dias no acolhimento dos pobres, mas não basta; a pobreza permeia as nossas cidades como um rio que engrossa sempre mais até extravasar; e parece submergir-nos, pois o grito dos irmãos e irmãs que pedem ajuda, apoio e solidariedade ergue-se cada vez mais forte. Por isso, no domingo que antecede a festa de Jesus Cristo, Rei do Universo, reunimo-nos ao redor da sua Mesa para voltar a receber d’Ele o dom e o compromisso de viver a pobreza e servir os pobres.

«Nunca afastes de algum pobre o teu olhar» (Tb 4, 7). Esta recomendação ajuda-nos a compreender a essência do nosso testemunho. Deter-se no Livro de Tobite, um texto pouco conhecido do Antigo Testamento, eloquente e cheio de sabedoria, permitir-nos-á penetrar melhor no conteúdo que o autor sagrado deseja transmitir. Abre-se diante de nós uma cena de vida familiar: um pai, Tobite, despede-se do filho, Tobias, que está prestes a iniciar uma longa viagem. O velho Tobite teme não voltar a ver o filho e, por isso, deixa-lhe o seu «testamento espiritual». Foi deportado para Nínive e agora está cego; é, por conseguinte, duplamente pobre, mas sempre viveu com a certeza que o próprio nome exprime: «O Senhor foi o meu bem». Este homem que sempre confiou no Senhor, deseja, como um bom pai, deixar ao filho não tanto bens materiais, mas sobretudo o testemunho do caminho que há de seguir na vida. Por isso diz-lhe: «Lembra-te sempre, filho, do Senhor, nosso Deus, em todos os teus dias, evita o pecado e observa os seus mandamentos. Pratica a justiça em todos os dias da tua vida e não andes pelos caminhos da injustiça» (Tb 4, 5).

2. Como salta à vista, a recordação, que o velho Tobite pede ao filho para guardar, não se reduz simplesmente a um ato da memória nem a uma oração dirigida a Deus. Faz referência a gestos concretos, que consistem em praticar boas obras e viver com justiça. E a exortação torna-se ainda mais específica: «Dá esmolas, conforme as tuas posses. Nunca afastes de algum pobre o teu olhar, e nunca se afastará de ti o olhar de Deus» (Tb 4, 7).

Muito surpreendem as palavras deste velho sábio. Não esqueçamos, de facto, que Tobite perdeu a vista precisamente depois de ter praticado um ato de misericórdia. Como ele próprio conta, desde a juventude que se dedicou a obras de caridade, «dando muitas esmolas aos meus irmãos, os da minha nação que comigo tinham sido levados cativos para a terra dos assírios, em Nínive (…), fornecendo pão aos esfomeados e vestindo os nus e, se encontrava morto alguém da minha linhagem, atirado para junto dos muros de Nínive, dava-lhe sepultura» (Tb 1, 3.17).

Por causa deste seu testemunho de caridade, viu-se privado de todos os seus bens pelo rei, ficando na pobreza completa. Mas, o Senhor precisava ainda dele! Foi-lhe devolvido o seu lugar de administrador e ele não teve medo de continuar o seu estilo de vida. Ouçamos a sua história, que hoje nos fala também a nós: «Pela festa do Pentecostes, que é a nossa festa das Semanas, mandei preparar um bom almoço e reclinei-me para comer. Mas, ao ver a mesa coberta com tantas comidas finas, disse a Tobias: “Filho, vai procurar, entre os nossos irmãos cativos em Nínive, um pobre que seja de coração fiel, e trá-lo para que participe da nossa refeição. Eu espero por ti, meu filho”» (Tb 2, 1-2). Como seria significativo se, no Dia dos Pobres, esta preocupação de Tobite fosse também a nossa! Ou seja, convidar para partilhar o almoço dominical, depois de ter partilhado a Mesa Eucarística. A Eucaristia celebrada tornar-se-ia realmente critério de comunhão. Aliás, se ao redor do altar do Senhor temos consciência de sermos todos irmãos e irmãs, quanto mais visível se tornaria esta fraternidade, compartilhando a refeição festiva com quem carece do necessário!

Tobias fez como o pai lhe dissera, mas voltou com a notícia de que um pobre fora morto e deixado no meio da praça. Sem hesitar, o velho Tobite levantou-se da mesa e foi enterrar aquele homem. Voltando cansado para casa, adormeceu no pátio; caíram-lhe nos olhos excrementos de pássaros, e ficou cego (cf. Tb 2, 1-10). Ironia do destino! Pratica um gesto de caridade e sucede-lhe uma desgraça… Apetece-nos pensar assim, mas a fé ensina-nos a ir mais a fundo. A cegueira de Tobite tornar-se-á a sua força para reconhecer ainda melhor tantas formas de pobreza ao seu redor. E, mais tarde, o Senhor providenciará a devolver ao velho pai a vista e a alegria de rever o filho Tobias. Quando chegou este momento, «Tobite lançou-se-lhe ao pescoço e, chorando, disse: “Vejo-te, filho, tu que és a luz dos meus olhos!” E continuou: “Bendito seja Deus e bendito o seu grande nome! Benditos os seus santos anjos! Que seu nome esteja sobre nós e benditos sejam todos os seus anjos, pelos séculos sem fim! Ele puniu-me, mas eis que volto a ver Tobias, o meu filho”» (Tb 11, 13-14).

3. Podemos questionar-nos: Donde tira Tobite a coragem e a força interior que lhe permitem servir a Deus no meio dum povo pagão e amar o próximo até ao ponto de pôr em risco a própria vida? Estamos diante dum exemplo extraordinário: Tobite é um marido fiel e um pai carinhoso; foi deportado para longe da sua terra e sofre injustamente; é perseguido pelo rei e pelos vizinhos de casa… Apesar de ânimo tão bom, é posto à prova. Como muitas vezes nos ensina a Sagrada Escritura, Deus não poupa as provações a quem pratica o bem. E porquê? Não o faz para nos humilhar, mas para tornar firme a nossa fé n’Ele.

Tobite, no período da provação, descobre a própria pobreza, que o torna capaz de reconhecer os pobres. É fiel à Lei de Deus e observa os mandamentos, mas para ele isto não basta. A solicitude operosa para com os pobres torna-se-lhe possível, porque experimentou a pobreza na própria pele. Por isso, as palavras que dirige ao filho Tobias constituem a sua verdadeira herança: «Nunca afastes de algum pobre o teu olhar» (Tb 4, 7). Enfim, quando nos deparamos com um pobre, não podemos virar o olhar para o lado oposto, porque impediríamos a nós próprios de encontrar o rosto do Senhor Jesus. E notemos bem aquela expressão «de algum pobre», de todo o pobre. Cada um deles é nosso próximo. Não importa a cor da pele, a condição social, a proveniência… Se sou pobre, posso reconhecer de verdade quem é o irmão que precisa de mim. Somos chamados a ir ao encontro de todo o pobre e de todo o tipo de pobreza, sacudindo de nós mesmos a indiferença e a naturalidade com que defendemos um bem-estar ilusório.

4. Vivemos um momento histórico que não favorece a atenção aos mais pobres. O volume sonoro do apelo ao bem-estar é cada vez mais alto, enquanto se põe o silenciador relativamente às vozes de quem vive na pobreza. Tende-se a ignorar tudo o que não se enquadre nos modelos de vida pensados sobretudo para as gerações mais jovens, que são as mais frágeis perante a mudança cultural em curso. Coloca-se entre parênteses aquilo que é desagradável e causa sofrimento, enquanto se exaltam as qualidades físicas como se fossem a meta principal a alcançar. A realidade virtual sobrepõe-se à vida real, e acontece cada vez mais facilmente confundirem-se os dois mundos. Os pobres tornam-se imagens que até podem comover por alguns momentos, mas quando os encontramos em carne e osso pela estrada, sobrevêm o fastídio e a marginalização. A pressa, companheira diária da vida, impede de parar, socorrer e cuidar do outro. A parábola do bom samaritano (cf. Lc 10, 25-37) não é história do passado; desafia o presente de cada um de nós. Delegar a outros é fácil; oferecer dinheiro para que outros pratiquem a caridade é um gesto generoso; envolver-se pessoalmente é a vocação de todo o cristão.

5. Damos graças ao Senhor porque há tantos homens e mulheres que vivem a dedicação aos pobres e excluídos e a partilha com eles; pessoas de todas as idades e condições sociais que praticam a hospitalidade e se empenham junto daqueles que se encontram em situações de marginalização e sofrimento. Não são super-homens, mas «vizinhos de casa» que encontramos cada dia e que, no silêncio, se fazem pobres com os pobres. Não se limitam a dar qualquer coisa: escutam, dialogam, procuram compreender a situação e as suas causas, para dar conselhos adequados e indicações justas. Estão atentos tanto à necessidade material como à espiritual, ou seja, à promoção integral da pessoa. O Reino de Deus torna-se presente e visível neste serviço generoso e gratuito; é realmente como a semente que caiu na boa terra da vida destas pessoas, e dá fruto (cf. Lc 8, 4-15). A gratidão a tantos voluntários deve fazer-se oração para que o seu testemunho possa ser fecundo.

6. No 60º aniversário da Encíclica Pacem in terris, é urgente retomar as palavras do Santo Papa João XXIII quando escrevia: «O ser humano tem direito à existência, à integridade física, aos recursos correspondentes a um digno padrão de vida: tais são especialmente a nutrição, o vestuário, a moradia, o repouso, a assistência sanitária, os serviços sociais indispensáveis. Segue-se daí, que a pessoa tem também o direito de ser amparada em caso de doença, de invalidez, de viuvez, de velhice, de desemprego forçado, e em qualquer outro caso de privação dos meios de sustento por circunstâncias independentes da sua vontade» (n. 11).

Quanto trabalho temos ainda pela frente para tornar realidade estas palavras, inclusive através dum sério e eficaz empenho político e legislativo! Não obstante os limites e por vezes as lacunas da política para ver e servir o bem comum, possa desenvolver-se a solidariedade e a subsidiariedade de muitos cidadãos que acreditam no valor do empenho voluntário de dedicação aos pobres. Isto, naturalmente sem deixar de estimular e fazer pressão para que as instituições públicas cumpram do melhor modo possível o seu dever. Mas não adianta ficar passivamente à espera de receber tudo «do alto». E, quem vive em condição de pobreza, seja também envolvido e apoiado num processo de mudança e responsabilização.

7. Mais uma vez, infelizmente, temos de constatar novas formas de pobreza que se vêm juntar às outras descritas já anteriormente. Penso de modo particular nas populações que vivem em cenários de guerra, especialmente nas crianças privadas dum presente sereno e dum futuro digno. Ninguém poderá jamais habituar-se a esta situação; mantenhamos viva toda a tentativa para que a paz se afirme como dom do Senhor Ressuscitado e fruto do empenho pela justiça e o diálogo.

Não posso esquecer as especulações, em vários setores, que levam a um aumento dramático dos preços, deixando muitas famílias numa indigência ainda maior. Os salários esgotam-se rapidamente, forçando a privações que atentam contra a dignidade de cada pessoa. Se, numa família, se tem de escolher entre o alimento para se nutrir e os remédios para se curar, então deve fazer-se ouvir a voz de quem clama pelo direito a ambos os bens, em nome da dignidade da pessoa humana.

Além disso, como não assinalar a desordem ética que marca o mundo do trabalho? O tratamento desumano reservado a muitos trabalhadores e trabalhadoras; a remuneração não equivalente ao trabalho realizado; o flagelo da precariedade; as demasiadas vítimas de incidentes, devidos muitas vezes à mentalidade que privilegia o lucro imediato em detrimento da segurança… Voltam à mente as palavras de São João Paulo II: «O primeiro fundamento do valor do trabalho é o próprio homem. (…) O homem está destinado e é chamado ao trabalho, contudo antes de mais nada o trabalho é “para o homem”, e não o homem “para o trabalho”» (Enc. Laborem exercens, 6).

8. Este elenco, já em si mesmo dramático, dá conta apenas de modo parcial das situações de pobreza que fazem parte da nossa vida diária. Não posso deixar de fora, em particular, uma forma de mal-estar que aparece cada dia mais evidente e que atinge o mundo juvenil. Quantas vidas frustradas e até suicídios de jovens, iludidos por uma cultura que os leva a sentirem-se «inacabados» e «falidos». Ajudemo-los a reagir a estas instigações nocivas, para que cada um possa encontrar a estrada que deve seguir para adquirir uma identidade forte e generosa.

É fácil cair na retórica, quando se fala dos pobres. Tentação insidiosa é também parar nas estatísticas e nos números. Os pobres são pessoas, têm rosto, uma história, coração e alma. São irmãos e irmãs com os seus valores e defeitos, como todos, e é importante estabelecer uma relação pessoal com cada um deles.

O Livro de Tobias ensina-nos a ser concretos no nosso agir com e pelos pobres. É uma questão de justiça que nos obriga a todos a procurar-nos e encontrar-nos reciprocamente, favorecendo a harmonia necessária para que uma comunidade se possa identificar como tal. Portanto, interessar-se pelos pobres não se esgota em esmolas apressadas; pede para restabelecer as justas relações interpessoais que foram afetadas pela pobreza. Assim «não afastar o olhar do pobre» leva a obter os benefícios da misericórdia, da caridade que dá sentido e valor a toda a vida cristã.

9. Que a nossa solicitude pelos pobres seja sempre marcada pelo realismo evangélico. A partilha deve corresponder às necessidades concretas do outro, e não ao meu supérfluo de que me quero libertar. Também aqui é preciso discernimento, sob a guia do Espírito Santo, para distinguir as verdadeiras exigências dos irmãos do que constitui as nossas aspirações. Aquilo de que seguramente têm urgente necessidade é da nossa humanidade, do nosso coração aberto ao amor. Não esqueçamos: «Somos chamados a descobrir Cristo neles: não só a emprestar-lhes a nossa voz nas suas causas, mas também a ser seus amigos, a escutá-los, a compreendê-los e a acolher a misteriosa sabedoria que Deus nos quer comunicar através deles» (Francisco, Exort. ap. Evangelii gaudium, 198). A fé ensina-nos que todo o pobre é filho de Deus e que, nele ou nela, está presente Cristo: «Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes» (Mt 25, 40).

10. Este ano completam-se 150 anos do nascimento de Santa Teresa do Menino Jesus. Numa página da sua História de uma alma, deixou escrito: «Compreendo agora que a caridade perfeita consiste em suportar os defeitos dos outros, em não se escandalizar com as suas fraquezas, em edificar-se com os mais pequenos atos de virtude que se lhes vir praticar; mas compreendi, sobretudo, que a caridade não deve ficar encerrada no fundo do coração: “Ninguém, disse Jesus, acende uma candeia para a colocar debaixo do alqueire, mas coloca-a sobre o candelabro para alumiar todos os que estão em casa”. Creio que essa luz representa a caridade, que deve iluminar e alegrar, não só os que são mais queridos, mas todos aqueles que estão na casa, sem excetuar ninguém» (Manuscrito C, 12rº: História de uma alma, Avessadas 2005, 255-256).

Nesta casa que é o mundo, todos têm direito de ser iluminados pela caridade, ninguém pode ser privado dela. Possa a tenacidade do amor de Santa Teresinha inspirar os nossos corações neste Dia Mundial, ajudar-nos a «nunca afastar de algum pobre o olhar» e a mantê-lo sempre fixo no rosto humano e divino do Senhor Jesus Cristo.

Roma – São João de Latrão, na Memória de Santo António, Patrono dos pobres, 13 de junho de 2023.

FRANCISCO

Fonte:https://www.vatican.va/content/francesco/pt/messages/poveri/documents/20230613-messaggio-vii-giornatamondiale-poveri-2023.html

1ª Assembleia do Povo de Deus do Regional Leste 3

Aconteceu em Vitória (ES), entre os dias 10 e 12 de novembro, a 1ª Assembleia do Povo de Deus do Regional Leste 3 da CNBB. O evento reuniu cerca de 70 pessoas, entre bispos, padres, diáconos, religiosos, religiosas, leigos e leigas de todo o estado.

O tema da Assembleia foi “Comunhão, Participação e Missão: caminho para a Igreja no Brasil”. Os participantes refletiram sobre a importância da sinodalidade, da participação ativa dos fiéis e do fortalecimento da missão evangelizadora da Igreja.

“Foi um momento importante de escuta, reflexão e planejamento para a caminhada da Igreja no Espírito Santo”, comenta Dom Lauro Sérgio Versiani Barbosa, Bispo da Diocese de Colatina e Presidente do Regional Leste 3 da CNBB.

A Assembleia é um marco para a Igreja no Espírito Santo, representando um passo importante na construção da comunhão eclesial, na promoção da participação ativa dos fiéis e no fortalecimento da missão evangelizadora da Igreja no Brasil.

Diocese de São Mateus promove Formação Permanente para o Clero

Os 34 padres diocesanos e o bispo Dom Paulo Bosi Dal’Bó estão reunidos no CEDI – Centro Diocesano, de 06 a 09 de novembro para o Encontro Geral do Clero.
O encontro está dentro da perspectiva da Formação Permanente continuada para refletir questões referentes aos presbíteros, em busca de uma maior integração.
O tema principal desde encontro foi sobre a 3ª Edição do Missal Romano no contexto da Desidério Desideravi e o Assessor convidado foi o Padre Washington da Silva Paranhos – Sacerdote Jesuíta, professor, doutor e escritor na área de Liturgia.
O bispo Dom Paulo Bosi Dal Bó destaca que o momento é de integração, de estreitar os laços e comunhão entres os presbíteros: “Caminhamos juntos, e este encontro que vai além da dimensão intelectual. É uma grande oportunidade de convivência e integração, com o propósito de somar experiências e fortalecer o grupo. Juntos nos tornamos mais fortes”.

Unidos em oração, pedimos ao Espírito Santo que ilumine e fortaleça nossos padres na missão evangelizadora.

Diocese de São Mateus estará presente no 5° Congresso Missionário Nacional que será realizado em Manaus/AM

A Igreja do Brasil se prepara para viver o 5º Congresso Missionário Nacional, reunindo missionários e missionárias de todo o Brasil na Arquidiocese de Manaus (AM), entre os dias 10 a 15 de novembro. O tema “Ide! Da Igreja local aos confins do mundo” e lema o “Corações ardentes, pés a caminho” serão inspiradores para esse importante encontro.
Vivenciando toda essa experiência, a exemplo dos discípulos de Emaús e visando fortalecer o ardor missionário em toda a nossa Diocese, estaremos participando ativamente por meio dos nossos leigos: Maria Lizinete Machado Vieira – Paróquia Arcanjo São Gabriel/ São Gabriel da Palha; Pe. João Batista Vieira – Assessor do COMIDI; Luiza Betânia Gevergi Lacerda- Paróquia São José Operário/ Águia Branca e Francisco Malacarne Neto – Paróquia São Daniel Colboni / Guriri.
O 5º Congresso Missionário Nacional tem o objetivo de impulsionar a missão Ad Gentes das Igrejas locais, trilhando um caminho de escuta do Espírito Santo, a fim de uma verdadeira conversão missionária de nossas comunidades eclesiais até os confins do mundo, garantindo acima de tudo, a opção preferencial pelos pobres, como Igreja em saída nas periferias existenciais e geográficas, celebrando a caminhada missionária da Igreja no Brasil.
Em oração por todos os participantes, vamos juntos viver essa novidade para as Igrejas locais da América e do Brasil.

Encontro diocesano de Pastorais, Movimentos e Serviços reúne grande número de participantes em Nova Venécia

No último sábado, 28/10, centenas de participantes, representantes de todas as Pastorais, Movimentos e serviços da igreja diocesana, se concentraram na Paróquia São Marcos, em Nova Venécia, para uma Formação continuada e específica.
O encontro teve início da Matriz São Marcos, onde todos foram acolhidos pelos seminaristas que apresentaram o cartaz da Campanha Missionária de 2023, que traz como tema: “Ide! Da Igreja local aos confins do mundo” e do ano Vocacional 2023, que traz como o tema: “Vocação: Graça e Missão” e o lema “Corações ardentes, pés a caminho” (cf. Lc 24, 32-33), que finalizaram com a leitura do Evangelho, proclamado pelo padre João Batista Vieira.
Em seguida, o bispo Dom Paulo fez uma grandiosa reflexão sobre o lema “Corações ardentes, pés a caminho” (cf. Lc 24, 32-33), que fala do coração e dos pés. Recorda os discípulos de Emaús. O coração que arde ao escutar a Palavra do Ressuscitado e os pés que se colocam a caminho para anunciar o encontro com o Cristo. Mostrou que devemos ter uma atenção quanto aos sete verbos que esse evangelho nos propõe a refletir. Aproximar, Caminhar, Perguntar, Escutar, Explicar, Celebrar e Retirar são os verbos que cada cristão leigo deve praticar, seguindo cada etapa e enfatizou tamanha alegria pelo “sim” de cada um presente no encontro.
Encerrando a parte de orientações, o padre Éder Mataveli Vargas convidou algumas pessoas que participaram do Intereclesial de CEBs, que aconteceu em Rondonópolis/MT, a darem seus testemunhos e falar um pouco como foi representar a Diocese neste encontro nacional. Em seguida encaminhou as Pastorais, acompanhadas pelo padre responsável, que se reuniram e fizeram as avaliações, planejamento e encaminhamentos para o ano de 2024.
A Diocese de São Mateus agradece cada participante, que doou um pouco de si para o crescimento da igreja de Cristo. Que o glorioso São Mateus abençoe a todos.

Sínodo dos Bispos publica “Carta ao Povo de Deus”

O Sínodo dos Bispos, reunido em Roma, desde o dia 30 de setembro, durante o fim dos trabalhos da primeira sessão da 16ª Assembleia Geral Ordinária, publicou na última quarta-feira, 26/10/2023, a Carta ao Povo de Deus.

A sinodalidade é o caminho do terceiro milênio e a Igreja precisa de colocar-se à escuta das famílias, as suas preocupações educativas, o testemunho cristão que oferecem no mundo de hoje. Precisa de acolher as vozes daqueles que desejam se envolver em ministérios leigos ou em órgãos participativos de discernimento e de tomada de decisões. Durante a leitura do esboço, a Carta foi recebida com aplausos pela assembleia.

Leia a carta na íntegra:


Queridas irmãs e irmãos,
ao chegar ao fim dos trabalhos da primeira sessão da XVIa Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, queremos, com todos vós, dar graças a Deus pela bela e rica experiência que tivemos. Vivemos este tempo abençoado em profunda comunhão com todos vós. Fomos sustentados pelas vossas orações, trazendo conosco as vossas expectativas, os vossos questionamentos, e também os vossos receios. Já passaram dois anos desde que, a pedido do Papa Francisco, iniciámos um longo processo de escuta e discernimento, aberto a todo o povo de Deus, sem excluir ninguém, para “caminhar juntos”, sob a guia do Espírito Santo, discípulos missionários no seguimento de Jesus Cristo.

A sessão que nos reuniu em Roma desde 30 de setembro foi um passo importante neste processo. Em muitos aspectos, foi uma experiência sem precedentes. Pela primeira vez, a convite do Papa Francisco, homens e mulheres foram convidados, em virtude do seu batismo, a sentarem-se à mesma mesa para participarem não só nos debates mas também nas votações desta Assembleia do Sínodo dos Bispos. Juntos, na complementaridade das nossas vocações, carismas e ministérios, escutámos intensamente a Palavra de Deus e a experiência dos outros. Utilizando o método do diálogo no Espírito, partilhámos humildemente as riquezas e as pobrezas das nossas comunidades em todos os continentes, procurando discernir aquilo que o Espírito Santo quer dizer à Igreja hoje. Assim, experimentámos também a importância de promover intercâmbios mútuos entre a tradição latina e as tradições do Oriente cristão. A participação de delegados fraternos de outras Igrejas e Comunidades eclesiais enriqueceu profundamente os nossos debates.

A nossa assembleia decorreu no contexto de um mundo em crise, cujas feridas e escandalosas desigualdades ressoaram dolorosamente nos nossos corações e conferiram aos nossos trabalhos uma gravidade peculiar, tanto mais que alguns de nós provinham de países onde a guerra deflagra. Rezámos pelas vítimas da violência assassina, sem esquecer todos aqueles que a miséria e a corrupção atiraram para os perigosos caminhos da migração. Comprometemo-nos a ser solidários e empenhados ao lado das mulheres e dos homens que operam em todo lugar do mundo como artesãos da justiça e da paz.
A convite do Santo Padre, demos um importante espaço ao silêncio para favorecer entre nós a escuta respeitosa e o desejo de comunhão no Espírito. Durante a vigília ecuménica de abertura, experimentámos o quanto a sede de unidade cresce na contemplação silenciosa de Cristo crucificado. “A cruz é, de facto, a única cátedra d’Aquele que, dando a sua vida pela salvação do mundo, confiou os seus discípulos ao Pai, para que ‘todos sejam um’ (Jo 17,21)”. Firmemente unidos na esperança que a Sua ressurreição nos dá, confiámos-lhe a nossa Casa comum, onde o clamor da terra e o clamor dos pobres ressoam cada vez com mais urgência: “Laudate Deum! “, recordou o Papa Francisco logo no início dos nossos trabalhos.
Dia após dia, sentimos um apelo premente à conversão pastoral e missionária. Com efeito, a vocação da Igreja é anunciar o Evangelho não se centrando em si mesma, mas pondo-se ao serviço do amor infinito com que Deus ama o mundo (cf. Jo 3,16). Quando lhes perguntaram o que esperam da Igreja por ocasião deste Sínodo, alguns sem-abrigo que vivem perto da Praça de S. Pedro responderam: “Amor! “. Este amor deve permanecer sempre o coração ardente da Igreja, o amor trinitário e eucarístico, como recordou o Papa evocando a mensagem de Santa Teresa do Menino Jesus a 15 de outubro, a meio da nossa assembleia. É a “confiança” que nos dá a audácia e a liberdade interior que experimentámos, não hesitando em exprimir livre e humildemente as nossas convergências e as nossas diferenças, os nossos desejos e as nossas interrogações, livre e humildemente.

E agora? Gostaríamos que os meses que nos separam da segunda sessão, em outubro de 2024, permitam a todos participar concretamente no dinamismo de comunhão missionária indicado pela palavra “sínodo”. Não se trata de uma questão de ideologia, mas de uma experiência enraizada na Tradição Apostólica. Como o Papa reiterou no início deste processo, “Comunhão e missão correm o risco de permanecer termos algo abstractos se não cultivarmos uma práxis eclesial que exprima a concretude da sinodalidade (…), promovendo o envolvimento real de todos e de cada um” (9 de outubro de 2021). Os desafios são muitos, as questões numerosas: o relatório de síntese da primeira sessão esclarecerá os pontos de acordo alcançados, destacará as questões em aberto e indicará a forma de prosseguir os trabalhos.
Para progredir no seu discernimento, a Igreja precisa absolutamente de escutar todos, a começar pelos mais pobres. Isto exige, de sua parte, um caminho de conversão, que é também um caminho de louvor: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos” (Lc 10,21)! Trata-se de escutar aqueles que não têm direito à palavra na sociedade ou que se sentem excluídos, mesmo da Igreja. Escutar as pessoas que são vítimas do racismo em todas as suas formas, especialmente, nalgumas regiões, os povos indígenas cujas culturas foram desprezadas. Acima de tudo, a Igreja do nosso tempo tem o dever de escutar, em espírito de conversão, aqueles que foram vítimas de abusos cometidos por membros do corpo eclesial e de se empenhar concreta e estruturalmente para que isso não volte a acontecer. A Igreja precisa de escutar os leigos, mulheres e homens, todos chamados à santidade em virtude da sua vocação batismal: o testemunho dos catequistas, que em muitas situações são os primeiros anunciadores do Evangelho; a simplicidade e a vivacidade das crianças, o entusiasmo dos jovens, as suas interrogações e as suas chamadas; os sonhos dos idosos, a sua sabedoria e a sua memória.

A Igreja precisa de colocar-se à escuta das famílias, as suas preocupações educativas, o testemunho cristão que oferecem no mundo de hoje. Precisa de acolher as vozes daqueles que desejam se envolver em ministérios leigos ou em órgãos participativos de discernimento e de tomada de decisões. Para progredir no discernimento sinodal, a Igreja tem particular necessidade de recolher ainda mais a palavra e a experiência dos ministros ordenados: os sacerdotes, primeiros colaboradores dos bispos, cujo ministério sacramental é indispensável à vida de todo o corpo; os diáconos, que com o seu ministério significam a solicitude de toda a Igreja ao serviço dos mais vulneráveis. Deve também deixar-se interpelar pela voz profética da vida consagrada, sentinela vigilante dos apelos do Espírito. Precisa ainda de estar atenta a todos aqueles que não partilham a sua fé, mas que procuram a verdade e nos quais o Espírito, que “a todos dá a possibilidade de se associarem a este mistério pascal por um modo só de Deus conhecido” (Gaudium et spes 22), também está presente e atua.

“O mundo em que vivemos, e que somos chamados a amar e a servir mesmo nas suas contradições, exige da Igreja o reforço das sinergias em todos os âmbitos da sua missão. É precisamente o caminho da sinodalidade que Deus espera da Igreja do terceiro milénio” (Papa Francisco, 17 de outubro de 2015). Não tenhamos medo de responder a este apelo. A Virgem Maria, a primeira no caminho, nos acompanha em nossa peregrinação. Nas alegrias e nas fadigas, ela mostra-nos o seu Filho que nos convida à confiança. É Ele, Jesus, a nossa única esperança!

Cidade do Vaticano, 25 de outubro de 2023